Balanço das Contas Externas em Setembro: Saldo Negativo de US$ 1,4 Bilhão Diminui com Avanço no Superávit Comercial
O Banco Central (BC) anunciou nesta segunda-feira (6) que as contas externas do país registraram um saldo negativo de US$ 1,375 bilhão em setembro, resultado mais favorável em comparação ao déficit de US$ 6,940 bilhões do mesmo mês no ano anterior. As transações correntes, que abrangem compras, vendas de mercadorias, serviços e transferências de renda com outros países, foram o principal fator dessa diferença anual.
A melhora no saldo se deve principalmente ao aumento do superávit comercial em R$ 5,2 bilhões. Contribuiu para esse resultado a redução em US$ 820 milhões do déficit em renda primária, referente a pagamentos de juros e distribuição de lucros e dividendos de empresas. Por outro lado, o déficit em serviços cresceu em US$ 191 milhões.
No acumulado de 12 meses até setembro, o déficit em transações correntes totalizou US$ 39,832 bilhões, correspondendo a 1,92% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Essa proporção é menor em relação aos 2,21% do PIB registrados em agosto deste ano, e significativamente abaixo dos 3,09% do PIB do mesmo período de 2022.
No balanço do ano, o déficit alcança US$ 20,895 bilhões, marcando uma redução substancial em comparação aos US$ 34,682 bilhões nos primeiros nove meses de 2022.
Balança Comercial e Serviços
As exportações de bens totalizaram US$ 28,675 bilhões em setembro, uma queda de 5,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já as importações somaram US$ 21,463 bilhões, representando uma diminuição de 23,8% na comparação anual. Com esses resultados, a balança comercial fechou o mês passado com um superávit de US$ 7,212 bilhões, em contraste com o saldo positivo de US$ 2,059 bilhões em setembro de 2022. Esse é o maior superávit registrado para o mês de setembro desde que a série histórica do BC foi iniciada em 1995.
O déficit na conta de serviços, que inclui viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outros, atingiu US$ 3,279 bilhões em setembro, refletindo um aumento de 6,2% em comparação com setembro de 2022. Houve uma redução no déficit em transporte e um aumento em viagens e aluguel de equipamentos.
Rendas e Financiamento
O déficit em renda primária, que engloba lucros, dividendos, pagamentos de juros e salários, chegou a US$ 5,468 bilhões em setembro, representando uma redução de 13% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Esse déficit é uma ocorrência comum, já que há mais investimentos estrangeiros no Brasil, o que leva à remessa de lucros para fora do país.
No caso dos investimentos diretos no país (IDP), houve uma redução na comparação anual, devido à diminuição nas operações entre empresas. O IDP totalizou US$ 3,752 bilhões em setembro, em comparação com os US$ 9,628 bilhões de setembro de 2022. O BC estima que os investimentos diretos no país alcancem US$ 65 bilhões este ano.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br