Safra 2022/2023 marca Novo Recorde de Produção de Grãos, com um Aumento de 18,4%

A produção de grãos no Brasil na safra 2022/23 atingiu um patamar histórico, estimando-se um total de 322,8 milhões de toneladas, um notável aumento de 50,1 milhões de toneladas em comparação com o ciclo anterior de 2021/22. Esse impressionante crescimento representa um incremento de 18,4% na produção. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirma esses números como um feito inédito na produção do país.

Nesta quarta-feira (6), a Conab publicou o 12º Levantamento da Safra de Grãos, que marca o encerramento da colheita. Esse aumento recorde resulta de dois fatores principais: uma expansão significativa da área plantada, que atingiu 78,5 milhões de hectares, e uma notável melhoria na produtividade média das lavouras, passando de 3.656 quilos por hectare para 4.111 quilos por hectare.

A soja continua liderando a produção agrícola nacional, alcançando uma estimativa recorde de 154,6 milhões de toneladas, representando um aumento notável de 23,2%. A Conab observa que os efeitos do fenômeno La Niña foram mais sentidos no estado do Rio Grande do Sul, mas com uma intensidade menor em comparação ao ciclo anterior. Nos demais estados, as condições climáticas mostraram-se bastante favoráveis, mesmo que alguns atrasos tenham sido registrados durante o plantio e a colheita.

A Conab explicou: “Nesta temporada, a soja apresentou uma recuperação significativa de produtividade em Mato Grosso do Sul, no Paraná e em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, também houve uma melhora no desempenho das lavouras, embora tenha sido limitada devido às condições climáticas desfavoráveis durante o desenvolvimento da oleaginosa.”

As informações sobre os efeitos climáticos nas safras são regularmente disponibilizadas no Boletim de Monitoramento Agrícola pelo órgão.

Outras Culturas

No caso do milho, também se espera a maior colheita já registrada na série histórica. A produção do cereal nas três safras deverá atingir 131,9 milhões de toneladas, um aumento considerável de 18,7 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior.

Já as culturas de arroz e feijão apresentam cenários distintos. Conforme a Conab, ambos enfrentaram uma redução na área de plantio devido à competição com outras culturas mais rentáveis. No caso do arroz, a melhoria na produtividade não foi suficiente para compensar a menor área, resultando em uma queda na produção de 6,9%, totalizando 10 milhões de toneladas. Quanto ao feijão, o bom desempenho das lavouras assegurou uma colheita total de 3,04 milhões de toneladas, um aumento de 1,7% em relação à safra anterior.

Entre as culturas de inverno, destaca-se o crescimento de 11,8% na área cultivada de trigo no país, atingindo 3,45 milhões de hectares, e uma produção estimada de 10,82 milhões de toneladas. Esse resultado representa um aumento de 2,5% em comparação com a safra anterior.

Comércio

A Conab destaca que “Os bons resultados da safra brasileira colocam o país como o principal exportador de soja e milho na safra 2022/23”. Para a soja, a expectativa é de que o volume exportado alcance a impressionante marca de 96,95 milhões de toneladas. No caso do milho, a estimativa da companhia indica embarques na ordem de 50 milhões de toneladas, ultrapassando as exportações dos Estados Unidos.

Além disso, o cenário positivo para as vendas no mercado internacional também se estende ao farelo e ao óleo de soja, com exportações estimadas em 21,82 milhões de toneladas e 2,6 milhões de toneladas, respectivamente.

No caso do algodão, a produção recorde permite uma recomposição significativa nos estoques finais, atingindo 2,1 mil toneladas. As exportações podem chegar a 1,7 milhão de toneladas nesta safra. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em agosto de 2023, foram exportadas 104,3 mil toneladas de algodão, representando o segundo melhor desempenho para o mês na série histórica e superando em 66,1% o mesmo período do ano anterior.

A robustez da produção brasileira coloca o país em uma posição de destaque no comércio internacional de grãos e fibras, consolidando sua importância no cenário agrícola mundial. 

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br